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sábado, 4 de abril de 2009

ESTAMOS A PERDER AS PESSOAS MAIS CRIATIVAS (VI)


















“Há muita gente que pensa que a criatividade consiste em resolver problemas. Muita da literatura sobre criatividade é na realidade sobre resolução criativa de problemas (creative problem solving). Há trabalhos muito interessantes sobre resolução de problemas, mas isso é diferente de ter uma ideia. Não se está a tentar resolver um problema quando se compõe um concerto. Está-se a tentar encontrar algo que está dentro de nós, a tentar exprimir algo que nunca foi expresso. Não tem nada a ver com resolver problemas.

(…)

Imensas descobertas e invenções que são feitas nas empresas não por causa do ambiente, mas apesar do ambiente. Porque é que as relações entre os criadores e os ambientes que em teoria existem para os ajudar a criar são sempre tão violentas? Porque é que há sempre emoções tão negativas entre as pessoas que querem inventar e as pessoas que querem que eles inventem? É um dos grandes paradoxos do nosso tempo.

(…)

Se queremos criatividade, temos de disponibilizar muito mais do que aquilo que o sistema exige para funcionar – e não o mínimo indispensável, como se faz. Mais tempo, mais liberdade, mais espaço, mais recursos do que aquilo de que o sistema precisa. Mais tempo livre.

(…)

A criatividade não pode funcionar como uma fábrica onde o que queremos é que uma dada peça chegue à cadeia de montagem no exacto momento em que é necessária. Porque se queremos criatividade pode ser preciso qualquer coisa a qualquer momento. É por isso que é preciso redundância de recursos – o que é completamente contra a filosofia de gestão predominante. Mas ter mais do que os recursos necessários é, de facto, um investimento sensato.”

(fim de citações)

Gordon Torr
In: «PÚBLICO» caderno P2
Sábado, 28 de Março 2009
Entrevista de Vítor Malheiros

Gordon Torr
Psicólogo; Consultor; Escritor
Autor do livro «Managing Creative People»
http://gordontorr.com/

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