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sexta-feira, 3 de junho de 2022

Dead Can Dance – A noite de mais um reencontro




























Após vários adiamentos provocados pela pandemia planetária de Covid-19, eis que regressam os Dead Can Dance a Lisboa, numa extensão da digressão mundial iniciada há mais de três anos. 
Duas noites consecutivas na mesma sala onde actuaram a 28 de Maio de 2013. A primeira das quais com lotação esgotada, a segunda quase lotada. 
É a primeira vez que a dupla Lisa Gerrard e Brendan Perry se apresentam em palco português sem trazerem na bagagem um novo álbum. Fica a incógnita se esta é mesmo uma tournée de despedida, ou se a seguir virá a edição de um novo trabalho gravado. 
As vozes continuam soberbas. Ambos na primeira metade da casa dos sessenta anos de idade, Lisa mantém a voz de mármore, cristal e safira, assumindo facetas e  técnicas de contralto, soprano e mezzo-soprano com uma facilidade incrível. Brendan encorpando o registo barítono, ora no estilo crooner, ora flutuando – juntamente com Lisa – por línguas vivas e mortas como o inglês, árabe, grego, hebraico, turco, latim, esperanto, gaélico, hindu, persa ou aramaico, juntando-se-lhes gritos e sons vocais tribais. 






































Há algo de intensamente hipnótico no som dos Dead Can Dance, que fascina e perturba. Inquietude e estranheza, beleza e conforto, apaziguamento e agitação, profundidade e suavidade, intemporalidade e contemporaneidade. O multiculturalismo da humanidade transportado pela Música. 
O alinhamento, num reportório substancialmente diferente da passagem pela Aula Magna em 2019, percorreu uma longa discografia iniciada em 1984 e chegada – até ver – ao ano de 2018.
Novos arranjos numa quantidade  significativa dos temas, principalmente em “Severence”, com acrescento de uma parte final e The Wind That Shakes The Barley, em que Lisa Gerrard é acompanhada por música, ao contrário da versão primordial cantada à capela. “In Power (We Entrust The Love Advocated)” e “Cantara” mantiveram os renovados arranjos já levados a palco em 2013 e 2019, com uma nova estrofe no final em “In Power”. 
As secções de metais [tuba, trombone, trompete, oboé, clarinete] e de cordas [violino, violoncelo, viola de arco] continuam sintetizadas em teclados, algumas das secções rítmicas de percussão [tímpano, handpan] encontram-se igualmente em placa digital de tambor. 






































Desta vez esteve ausente da formação o percussionista alemão David Kuckermann, mas voltaram a actuar Jules Maxwell e Astrid Williamson nos teclados, Robert Perry na percussão, berimbau, guitarra acústica e flauta, Dan Gresson na bateria e percurssão, Richard Yale no contrabaixo e órgão. Todos fizeram vozes de fundo. Lisa Gerrard, para além da voz principal, continuou a tocar metais anelares e Yangqin, o clássico dulcimer chinês com origem no Santur persa, que é uma imagem de marca do som característico dos Dead Can Dance, presente em todas as actuações ao vivo. 
Brendan Perry, a outra voz principal, mudou de guitarra eléctrica várias vezes, incluindo o tradicional Bouzouki acústico grego. 
A actual digressão, sucessivamente adiada na Europa e América do Norte (Canadá e Estados Unidos), regressará ao velho continente para novas datas já em Outubro e Novembro deste ano. 





























Alinhamento completo dos dois concertos [foram iguais]: 
 
Yulunga [Into The Labyrinth, 1993] 
Amnesia [Anastasis, 2012] 
Mesmerism [Spleen And Ideal, 1985] 
The Ubiquitous Mr. Lovegrove [Into The Labyrinth, 1993] 
Persian Love Song [Toward The Within, 1994] 
In Power (We Entrust The Love Advocated) [Garden of the Arcane Delights, 1984] 
Avatar [Spleen And Ideal, 1985] 
The Carnival is Over [Into The Labyrinth, 1993] 
Cantara [Within The Realm of a Dying Sun, 1987] 
Opium [Anastasis, 2012] 
Sanvean [Toward The Within, 1994] 
Dance of the Bachantes [Dionysus, 2018] 
Baylar (inédito, 1996) 
Black Sun [Aion, 1990] 
The Host of Seraphim [The Serpents Egg, 1988] 
 
Encore
Children of the Sun [Anastasis, 2012] 
The Wind That Shakes The Barley [Into The Labyrinth, 1993] 
Severance [The Serpent’s Egg, 1988] 





























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