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domingo, 7 de outubro de 2012

Hoje em LISBOA


São 78 anos de vida – completados no passado dia 21 – mais de metade deles na música.
O primeiro álbum «Songs of Leonard Cohen» foi editado em 1967. Um começo tardio em disco, mas forte o suficiente para convencer e fazer dele um trovador muito influente, a par de Bob Dylan, Neil Young ou Joan Baez.
Escritor, poeta, compositor, guitarrista e cantor. Antes de se tornar músico profissional, o canadiano Leonard Cohen teve uma vida literária, com obras publicadas desde 1956.
A literatura não ficou posta de lado na composição musical. As palavras foram sempre o principal pilar dos textos cantados. Recados sociais, muitos deles de protesto, tendo em conta o contexto histórico em que se inseriam. Mas canções sempre acompanhadas de uma mensagem de esperança, de uma saída para o Futuro.
Leonard Cohen esteve, desde sempre, atento aos ares do tempo.
A longa carreira de Leonard Cohen no mundo da música conheceu várias fases ao longo de mais de quatro décadas.
Ultrapassadas as grandes dinâmicas renovadoras da sociedade norte-americana da segunda metade dos anos sessenta e inícios de setenta, o criador de «Songs of Love And Hate» expandiu a oratória para
outros assuntos mais individualizados.
Foram surgindo as elegias ao budismo e à pacificação interior do ser humano. O budismo, religião à qual se aproximou, tornou-se numa filosofia central na vida de Leonard Cohen, tendo mesmo atravessado anos de retiro num mosteiro perto de Los Angeles, onde foi ordenado Monge Zen, apesar de se manter judeu.
Desde há cerca de vinte anos que o compositor de “Bird on the Wire” vive momentos de ressurgimento e aclamação. As composições perderam a força do nervo, mas ganharam a doçura melódica. Cohen tornou-se num cantor de baladas. Mas também há factores fora do âmbito meramente artístico a fazerem prolongar a presença na música, ao que não é alheio um recente desastre financeiro que o deixou à beira da falência.
Neste ano, o autor de “I’m Your Man” editou o décimo segundo álbum de estúdio: «Old Ideas». É o material onde assentam os actuais espectáculos, sem nunca perder o espólio de um passado recheado de clássicos mundialmente conhecidos.
Encontramos hoje em dia um compositor a saborear, desde há bons anos a esta parte, o período do jubileu e da consagração.
A voz grave de “Hallelujah” abandonou a guitarra acústica e adensou a pose charmosa.
O Cohen que aparece hoje em dia em palco já não é aquele trovador solitário de viola em punho e de língua afiada.
Faz-se acompanhar por uma numerosa banda, incluindo várias coristas.
É assim Leonard Cohen a caminho dos 80 anos.
Velhas ideias, novas canções e as melodias de sempre, que influenciaram gerações.

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