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domingo, 24 de outubro de 2010

Romance de uma conspiração









Na passada Quarta-feira, em Lisboa, foi lançado um livro escrito por um homem da Rádio.
Depois de «Diz Que é Uma Espécie de País» [a comédia política portuguesa dos últimos 10 anos], uma compilação de crónicas no jornal Diário Económico (na crónica "Coluna Vertebral") entre 1999 e 2009, com prefácio de Baptista-Bastos, João Paulo Guerra escreve agora uma obra de ficção muito baseada numa realidade que presenciou in loco.

O jornalista João Paulo Guerra é um veterano da Comunicação Social portuguesa. Homem com provas mais do que dada na Rádio e nos jornais ao longo de décadas.
Foi este ano distinguido com o Prémio Gazeta de Mérito, [do Clube de Jornalistas] "pelo seu longo, diversificado e prestigioso percurso profissional de quase meio século de actividade na Rádio, na Imprensa e na Televisão".
De João Paulo Guerra recordo a série premiada de cinco reportagens «O Regresso das Caravelas» na TSF em Abril de 1993. «O Regresso das Caravelas» é um marco inesquecível na reportagem em Portugal. Em todos os meios, o melhor documento jornalístico sobre a temática da descolonização ultramarina. Vou mais longe: são, em minha opinião, a melhor série de reportagens alguma vez feitas na rádio portuguesa.
Sempre atento e com experiência vivida nos conturbados períodos da história recente de Portugal, nomeadamente o dia 25 de Abril de 1974, o P.R.E.C. e tudo o que se seguiu, foi aos microfones da TSF que João Paulo Guerra entrevistou Salgueiro Maia, naquela que seria a última entrevista ao capitão de Abril (“Já a morte anda por perto”, disse o jornalista nessa derradeira conversa gravada).
De João Paulo Guerra também é inesquecível a série de reportagens «Viagens com Livros», em 1995, série que foi editada em CD [Strauss; 1996]. O seu último trabalho de fundo na TSF e na Rádio, pelo menos até aos dias de hoje.
Depois de sair da TSF, João Paulo Guerra ainda foi editor da noite na efémera Central FM (Rui Morrison era o animador do painel), a tal rádio urbana de Lisboa que não devia ter começado como começou e, uma vez começada, nunca deveria ter acabado como acabou.
Anos passaram sem João Paulo Guerra na Rádio (esteve e está na imprensa escrita), até ao seu reencontro com os ares e ouvintes da rádio pública desde há quatro anos a esta parte, na Revista de Imprensa, nas manhã da Antena1 (Segunda a Sexta-feira às 07:20 e 08:20).












Outras obras publicadas:

Polícias e Ladrões (Editorial Caminho, 1983); Operação África (Caminho, 1984), co-autoria com o jornalista Fernando Semedo;
Os Flechas Atacam de Novo (Caminho, 1988);
Memória das Guerras Coloniais (Afrontamento, 1994 - 1ª edição, 1995 - 2ª edição);
Savimbi Vida e Morte (Bertrand, 3 edições em 2002);
Descolonização Portuguesa – O Regresso das Caravelas (Dom Quixote, 1996 - 1ª edição, e Círculo de Leitores, 2000; Edição revista e aumentada com prefácio de Ernesto Melo Antunes, Oficina do Livro, 2009).

1 comentário:

Francisco disse...

GRANDE JOÃO PAULO GUERRA !