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quinta-feira, 15 de outubro de 2009

radio dj / djing

hoje à noite regresso ao Incógnito aqui em Lisboa para mais um lado B em modo dj set.

por vezes alguns amigos perguntam-me: "gostas mais de meter música ou de fazer rádio ?"
e a minha resposta é sempre um redondo "não tem nada a ver uma coisa com a outra". não?!

vamos por partes; se olharmos para a concepção sonora da “velha” rádio, ambos os universos partilham entre si a estética do alinhamento. infelizmente, a coisa tende cada vez mais (e apenas) para o lado do dj, já que a rádio é maioritariamente comandada por computadores (a velha história, já muitas vezes abordada aqui). nas pistas de dança o dj ainda vai tendo a capacidade de gerir a sua playlist de acordo com o seu apetite. mas aqui entra uma outra componente que não se encontra na rádio: a adaptação ao público.
porque meter música num bar ou discoteca implica um nível de exposição que não encontramos no conforto do estúdio. atrás do microfone estamos “protegidos” dos olhares aprovadores e/ou (quantas vezes) insultuosos. na rádio expomos (quando muito) a nossa voz; e mesmo o facto de termos a consciência de que estão milhares de pessoas à escuta, não chega p’ra nos deixar incomodados ou relutantes.
pelo contrário, a exposição da figura acaba por ser mais “desconfortável” que a da voz, ainda que para um auditório muito mais reduzido.
como em tudo, é uma questão de hábito. mas para quem se “esconde” atrás do microfone há 22 anos, partilhar um repertório ao “vivo e a cores” ainda é coisa p’ra mexer com os nervos. a rádio é mais “fácil”.

são universos diferentes, ambos enriquecedores e com uma dinâmica muito própria; mas enquanto for o computador a mandar... meter música é mais divertido.

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