no espaço de um ano li dois livros do (grande!) Dostoiévski. fugindo de trazer para aqui qualquer tipo de discussão literária ou filosófica sobre o tecido da sociedade russa do Séc. XIX, não queria deixar de sublinhar nestas linhas aquele que é, para mim, um dos alicerces de toda aquela estrutura narrativa: a excelência da palavra.
aqueles personagens (eram "outros tempos," claro) são, na sua maioria, bocas (almas) inquietas, insaciáveis, que se alimentam constantemente da troca de ideias e sentimentos, sempre temperados por longas conversas. ali há tempo para conversar, mas sobretudo existe “espaço” para que as ideias repousem, e amadureçam. o que liga as pessoas umas às outras, e a elas a história, são sempre as palavras.
isto a propósito dos “programas de palavra”, género radiofónico/televisivo muito na moda (é por fases, parece-me), criados a reboque do mais elementar apetite de ideias ou simplesmente, da curiosidade.
há dias, ao assistir a um destes programas de televisão, dei por mim a pensar que este formato difusor da palavra está cada vez mais... vazio. de conteúdo, de inteligência, mas também, de charme.
talvez seja o modo, não sei… mas nós não somos mais estúpidos hoje; somos?
há qualquer coisa de errado na maioria dos “programas de palavra”; é a estrutura dos próprios programas? são os intervenientes? são as próprias palavras?
o que é que falha?
será falta de vontade? ou de exigência?
ou serão estes, tão simplesmente, outros tempos?
aqueles personagens (eram "outros tempos," claro) são, na sua maioria, bocas (almas) inquietas, insaciáveis, que se alimentam constantemente da troca de ideias e sentimentos, sempre temperados por longas conversas. ali há tempo para conversar, mas sobretudo existe “espaço” para que as ideias repousem, e amadureçam. o que liga as pessoas umas às outras, e a elas a história, são sempre as palavras.
isto a propósito dos “programas de palavra”, género radiofónico/televisivo muito na moda (é por fases, parece-me), criados a reboque do mais elementar apetite de ideias ou simplesmente, da curiosidade.
há dias, ao assistir a um destes programas de televisão, dei por mim a pensar que este formato difusor da palavra está cada vez mais... vazio. de conteúdo, de inteligência, mas também, de charme.
talvez seja o modo, não sei… mas nós não somos mais estúpidos hoje; somos?
há qualquer coisa de errado na maioria dos “programas de palavra”; é a estrutura dos próprios programas? são os intervenientes? são as próprias palavras?
o que é que falha?
será falta de vontade? ou de exigência?
ou serão estes, tão simplesmente, outros tempos?
1 comentário:
concordo plenamente com a parte da televisão...ja n ha ponta por onde se lhe pegue na maioria dos canais...então nos públicos...sem comentários....
o motivo de td isto...n sei...talvez o comodismo...
comodismo de pensar n só por parte de quem esta por de trás dos "programas de palavras" mas também das pessoas que os assistem...deixaram de ser exigentes...com os programas...com os outros...com elas próprias...simplesmente s acomodaram a realidade do dia-a-dia...dá mt trabalho tomar uma atitude activa em relação as coisas...
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