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quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

passo a passo

uma das coisas de que terei mais saudades é do frenesim do directo, da eminência do improviso. é como se uma certa adrenalina jorrasse das paredes do estúdio. desculpem, não me sei explicar melhor, só estando ali, no arame.

(decidi há poucos dias que) no fim deste mês cumpro as minhas últimas horas de emissão na TSF; quase cinco anos passados, as recentes voltas ao orçamento (!) levam-me a deixar este caminho, mas permanece a certeza de que ele, o caminho, ainda não chegou ao fim; porque a "magia da rádio", persiste.

10 comentários:

Anónimo disse...

a rádio zero recebe pedidos de informações para a realização de novos programas até dia 17 de fevereiro...

Francisco disse...

A Rádio Zero é assim qq coisa como um refúgio para centrifugados pela "dinâmica" empresarial da Rádio portuguesa, mais uns quantos aspirantes a radialistas que não cabem naquela "imparável" dinâmica ? Esta é uma pergunta. Outra : funciona tudo a custo zero, ou alguém ganha dinheiro com isto ?

Francisco disse...

Pedro : estas voltas ao orçamento foram mais umas das dadas pela TSF ou ... no teu ?

pe disse...

Francisco,
um fifty-fifty, talvez. simplesmente não senti a necessidade (e em boa verdade, porque não preciso) de aceitar a proposta de continuidade que me fizeram; "estamos em crise, e para continuares terá de ser assim; queres?" e eu respondi, "assim não, não quero".
simples, não é?
há mínimos, e eu tenho a certeza que tu sabes bem quais são :-)
abraço

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Kyriu,
eu já "moro" na Zero há algum tempo; mas curiosamente, nunca lá fui... por estes dias tenho de lá ir conhecer os novos estúdios :-)
saudações

Anónimo disse...

A Rádio Zero é um local de portas abertas a todos os que queiram fazer rádio (pode ir ver o manifesto ao site).

E concerteza alguém ganha dinheiro com isso. Quem vendeu os computadores, quem fornece a electricidade, quem vendeu o material do estúdio, para senhores da SPA, para... para os outros, que lá estão, é um trabalho de amor, por muito cliché que pareça. Portanto, não, não há ninguém a ganhar dinheiro com isso. Nem regalias sociais. Obrigado pela preocupação but no thanks.

Francisco disse...

Ainda bem que a Rádio Zero se faz com amor. Lamentavelmente a "resistência" é sempre a custo zero e isto nada tem a ver com a Rádio Zero.

Francisco disse...

Pedro,

o "estamos em crise" cada vez o conhecemos mais. E sim, há limites !

Anónimo disse...

Um dia as coisas serão diferentes. É por isso que cá estamos.

Repare-se também que um projecto Zero nunca poderá ter alguém a "fazer dinheiro", no sentido de lucro do termo (gostaria muito de saber que haveria alguém a ser pago para manter a estrutura que é algo completamente diferente). No dia em que houvesse lucro era a morte do artista...

Francisco disse...

Não se trata de "lucro" Kyriu, trata-se de pagar o trabalho aos criadores ...

Anónimo disse...

caro Francisco, a questão é essa mesma. Não há dinheiro nenhum que pague esse trabalho nem haverá em tempo algum para um projecto destes. Pode haver dinheiro para criações excepcionais, dentro de contextos excepcionais e bem definidos. Para o trabalho regular, isto, programas regulares, não há, nem pode haver. E basta pensar, isto é análogo aos pequenos clubes de futebol de tantas freguesias deste país. Primeiro jogam por prazer, depois ganham o campeonato lá do sítio, depois começam as contratações e é o descambanço. Isto não é um "clube" para ganhar campeonatos, é um "clube" para se ter prazer a jogar. Ademais, pagando aos realizadores de programas começava a selecção editorial e na Zero não há selecção editorial. Temos programas que se odeiam e programas que se amam. E é isso que nos faz o que somos. Não é uma rádio para todos os ouvidos nem sequer uma rádio para alguns ouvidos durante todo o tempo mas quando se gosta, gosta. Resumindo, a dinâmica é outra.

No entanto, concordo consigo que quem cria devia ser recompensado. Mas quem é que deve pagar isso? O Francisco pagaria a Zero por exemplo?