Em Transe: depois da rádio, o podcast.

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Benoit Pioulard & Sean Curtis Patrick - Avocationals - Zenava
Dakota Suite / Dag Rosenqvist /Emanuele Errante - What Matters Most - Someday This Pain Will Be Useful To You
Teen Daze - Bioluminescence - An Ocean On The Moon
Not Waving & Dark Mark - Downwelling - The Last Time Leaving Home
Eluvium - Pianoworks - An Accidental Memory in the Case of Death
Deaf Center - Low Distance - Yet to Come
Kuba Kapsa Ensemble - Supersonic Moth - Unspoken Is Better
Felicia Atkinson - The Flower and the Vessel - Moderato Cantabile
Hypnagogue - Adrift - Inward
Caterina Barbieri - Ecstatic Computation - Bow of Perception
Richard Skelton - Border Ballads - Spur
Halftribe - Backwater Revisited - Ideosyncrasy
Benoit Pioulard & Sean Curtis Patrick - Avocationals - Eaglescliffe

Max Richter - Infra - Infra 1

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(Last Show August 11th)

A montanha alta, o leite que dela escorre,
compridas cobras de água em direção ao rio.
Deixo para trás a paisagem, antecedo a catástrofe recordando que a melhor parte do combate é a terra que pisamos.
O corpo a corpo, o perdão estendido,
a ruína escancarada, visto e dispo uivos com o vento.
O peito frágil e violento dobra as mangas a 156 km a sul, ninety six miles onde terei levantado os olhos do chão umas trinta vezes.
Pensamentos dispersos ruminantes,
a saudade como uma veia-coração
pulsa junto aos dedos,
procura um esconderijo onde arder.
No simultâneo manto da floresta,
o fauno entre as árvores
ou as unhas dos pássaros que cravam obscenamente as flores.
Caem como minas,
pétala a pétala em minhas mãos.
Com a explosão ninguém ouve o rouxinol,
nem sequer as aves esquivas da cascata.
Não há nada senão a tua aparição
repetida, a cabeça do bisonte com sede,
a esperança conduzida.
Os milagres enterram o nome nas fendas e resta-me identificar
que as pernas vão em voo raso.
Vejo flores enforcadas pelo escândalo
de cabeça para baixo, a preto e branco,
bois de calças arregaçadas.
Tento respirar leveza ao fundo.
E subitamente a luz redonda eleva o eco azul com pena dos urbanos.
O dia acordou cinzento, são onze horas que aparecem devagar,
quatro paredes fazem das casas o lugar. As casas deveriam ser círculos
porque redondas são todas as pistas e é quando faz sentido pensar em construção. E recomeço.
O caminho terá sido história sussurrada
linhas de silêncio,
a corrente aberta é a estrada da montanha.

Poema | Poem by - Ana Freitas Reis

Fotografia | Photo by - Alípio Padilha