Stream
Ben Chatwin - Drone Signals - Bone
Hammock - Universalis - Cliffside
Steven Kemner - Little Notes - Sleep Well
Angelo Badalamenti & David Lynch - Twin Peaks Archive - Fire Walk With Me (Saxophone)
Johnny Jewel - Windswept - Windswept
Chromatics - Camera - Magazine (Club Mix Instrumental)
Julia Kent - Temporal - Imbalance
Mordançage - Mordançage - Now Before Us
Masayoshi Fujita - Book Of Life - Its Magical
Lubomyr Melnyk - Fallen Trees - Barcarolle
Listening Mirror - Resting in Aspic - Falling Under
Hammock - Universalis - Cliffside
Steven Kemner - Little Notes - Sleep Well
Angelo Badalamenti & David Lynch - Twin Peaks Archive - Fire Walk With Me (Saxophone)
Johnny Jewel - Windswept - Windswept
Chromatics - Camera - Magazine (Club Mix Instrumental)
Julia Kent - Temporal - Imbalance
Mordançage - Mordançage - Now Before Us
Masayoshi Fujita - Book Of Life - Its Magical
Lubomyr Melnyk - Fallen Trees - Barcarolle
Listening Mirror - Resting in Aspic - Falling Under
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(Last Show November 11th)
O verde, de todos os dias, o das cabeças das árvores espalhadas na minha rua. Lança um olhar demorado pelo quarto, o instante é paralisado, enquanto eu ainda nua. E elas, as folhas, quase que imóveis, se não fosse o swing da chuva nas janelas, num ritmo intermitente. Há uma luz que perfura os vidros. Abro lentamente os olhos, ainda ásperos, oiço o despertar do eco da colher a bater na taça dos cereais. Enroscada num doce ócio de lençóis, atravesso o corredor e observo a claridade fria da cozinha que diz: - já é Novembro. Assim entro na sexta-feira, não me lembro do que sonhei ontem, levantei-me na fronteira da irrisão de um ninguém, deixei a noite passar por mim. Antes trocámos antes umas mensagens, que vaidosas, esqueciam o fim da semana. Lá fora, emana uma cor misturada em tons esgotados de cansaços, pássaros em voo leve, pequenos estilhaços que falam que ainda vamos pisar a estrada sem botas. Saio de casa, com a esperança que um dia, em contramão e segundo as minhas memórias, vás atravessar comigo o quarteirão: pequenas vitórias de uma sexta-feira.
O verde, de todos os dias, o das cabeças das árvores espalhadas na minha rua. Lança um olhar demorado pelo quarto, o instante é paralisado, enquanto eu ainda nua. E elas, as folhas, quase que imóveis, se não fosse o swing da chuva nas janelas, num ritmo intermitente. Há uma luz que perfura os vidros. Abro lentamente os olhos, ainda ásperos, oiço o despertar do eco da colher a bater na taça dos cereais. Enroscada num doce ócio de lençóis, atravesso o corredor e observo a claridade fria da cozinha que diz: - já é Novembro. Assim entro na sexta-feira, não me lembro do que sonhei ontem, levantei-me na fronteira da irrisão de um ninguém, deixei a noite passar por mim. Antes trocámos antes umas mensagens, que vaidosas, esqueciam o fim da semana. Lá fora, emana uma cor misturada em tons esgotados de cansaços, pássaros em voo leve, pequenos estilhaços que falam que ainda vamos pisar a estrada sem botas. Saio de casa, com a esperança que um dia, em contramão e segundo as minhas memórias, vás atravessar comigo o quarteirão: pequenas vitórias de uma sexta-feira.
Poema | Poem by - Ana Freitas Reis
Fotografia | Photo by - Alípio Padilha
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